São poucas as pessoas que conseguem ganhar nessa barganha, é preciso ser muito esperto, não uma esperteza qualquer, mas é preciso ser sagaz, usando toda intuição e astucia pra isso.
Simbolizamos a morte, com uma figura taciturna de preto carregando uma ceifa em sua mão, ela é uma criatura que dificilmente se apieda seja La do que for; uma flor, um animal, ou um ser humano, qualquer coisa tenha vida. Ela conhece as nossas fraquezas, ela nos sonda desde que nascemos afinal esse é seu trabalho.
Esta história relata uma tentativa de barganha entre a morte e uma criança de apenas oito anos.
James estava muito doente, os médicos disseram que ele tinha uma doença grave e fatal, restava-lhe pouco tempo de vida e ele sabia disso, não há como enganar uma criança.
Neste dia vamos encontrar James deitado no sofá assistindo TV, estava se sentindo muito fraquinho, foi quando notou alguém sentado ao seu lado.
- Quem é você? , perguntou James sem sentir nenhum medo, apesar do aspecto da criatura ali sentada.
-Sou a morte vim para te levar.
- Ah, sim eu sei que estou morrendo, eu me sentirei melhor depois disso?
- Bem isso eu não sei, eu só levo as pessoas, depois não sei o que acontece.
Você trabalha sozinha? Quis saber James.
-Não eu tenho milhares de empregados que me ajudam, mas eu nunca deixo de trabalhar também.
A morte estava meio espantada, ela estava acostumada com desespero e medo, porém aquele garoto demonstrava curiosidade e tranqüilidade.
-Você gosta de brincar? Perguntou o garoto com a inocência de quem conhece um novo amigo.
- Não tenho tempo para isso. Disse-lhe a morte meio zangada.
-É uma pena, disse James, é muito legal.
- Você nunca brincou nem quando era criança?
A morte ficou confusa.
-Não, respondeu meio em dúvida. Como poderia saber? Não se lembrava de ter sido criança, pensava ela.
James tirou a morte do seu devaneio.
-Eu me divertia muito com meus amigos, mas depois que fiquei doente não posso mais brincar, agora só posso imaginar, uma vez até imaginei como você era.
-E como foi?
-Bem, você parecia forte como os violões de desenho animado e carregava uma arma daquelas que disparam raios, mas você se tornou meu amigo e brincamos muito de vídeo game.
- Vídeo game o que é isso? Perguntou a morte, que de tanto trabalhar nunca havia percebido as coisas belas e terrenas.
- Vou te mostrar, quer ver? James estava até se sentindo melhor e entusiasmado,fazia algum tempo que ele não brincava com ninguém, os amigos costumam se afastar quando a gente fica muito doente.
A morte achou que não faria mal algum, afinal ela merecia um descanso e tinha tantos empregados que não faria tanta diferença.
James ligou o aparelho e ele deu algumas explicações para a morte poder jogar.
Jogaram por muito tempo, a princípio a morte só perdia, mas logo começou a entender o jogo e os dois se divertiram muito.
Pela primeira vez a morte adormeceu e James também.
Quando o garoto acordou encontrou a morte sentada e pensativa.
- O que houve com você? Está diferente. James notou um ser ar de felicidade.
-Apenas estou aqui pensando, que adorei jogar podemos brincar de novo? Disse a morte meio encabulada.
Do que gostaria de brincar?
- Não sei você poderia sugerir eu não conheço brincadeiras.
- Poderíamos brincar de esconde-esconde que tal?
- Como é essa brincadeira? Quis saber a morte.
- Por exemplo, eu fico de costas e conto até trinta, ou qualquer outro número e você se esconde, quando eu acabar a contagem tenho que procurá-lo, e caso eu o encontre devemos correr até o lugar que eu estava contando, quem chegar primeiro, ganha à brincadeira.
-Acho que vou gostar, disse a morte com ar feliz.
Mas James parecia triste.
- O que houve, porque está triste?
- Eu estou muito doente e me sinto fraco não conseguiria brincar.
A morte ficou pensativa, e de repente teve uma idéia.
- Posso fazer o seguinte, a partir de agora você começará a se sentir melhor e então quando estiver bem poderemos brincar.
E foi então que James começou melhorar. Seus pais e médicos não conseguiam entender como uma criança em fase terminal estava tão bem, mas todos estavam muito felizes, principalmente James que agora já poderia fazer tudo que uma criança normalmente faz.
Ficou pensando que seria terrível quando tivesse que voltar a ficar doente, não queria isso, não mesmo, e de tanto pensar viu uma pequena possibilidade, para isso precisaria conversar com a morte.
Dias depois a morte apareceu.
_ Olá James, acha que agora podemos brincar?
- Sim estou me sentindo muito bem, porém gostaria muito de te fazer uma proposta.
A morte ficou a olhar James com certo ar de desconfiança, mas como queria muito aprender aquela nova brincadeira resolveu ouvi-lo.
- Poderei te ensinar essa e outras brincadeiras, mas para isso preciso que me deixe viver.
- Oh não, não posso fazer isso não existe possibilidade de isso vir a acontecer.
James se entristeceu tanto que sentia que estava voltando a ficar doente.
_ Lamento, disse ele finalmente para a morte, então não poderemos brincar não me sinto com vontade sabendo que ficarei doente novamente e depois irei morrer.
A morte ficou transtornada queria muito, mas muito mesmo brincar , tinham se divertido tanto jogando vídeo game, queria saber qual era a emoção de brincar de esconde-esconde.
A morte pensou e pensou até que teve uma idéia.
- Já sei James podemos barganhar isso já aconteceu algumas vezes, a idéia é a seguinte se você ganhar na nossa brincadeira deixarei que viva sua vida tranquilamente até a velhice, se você perder irá morrer.
James achou que era justo, mas teve muito medo também, porém aceitou.
As regras do jogo
Ficou estabelecido que a morte faria a contagem e James iria se esconder, se a morte o encontrasse ele morreria, caso contrário James ficaria vivo.
Como a morte tem certos poderes de encontrar as pessoas vivas, ela deveria ao invés de fazer a contagem, se retirar para o mundo dela por quinze minutos, ficou também acertado que ela não poderia flutuar e sim andar normalmente como uma pessoa comum. Ficou bem claro também que, se ela não encontrasse James no prazo determinado ou desistisse, sua saúde e sua vida seriam restabelecidas. Ficou marcado para as 15 horas o inicio da brincadeira e a morte teria dez minutos para encontrá-lo.
James tinha 4 horas para pensar em como faria para a morte não encontrá-lo, ele sabia que assim que ela voltasse de seu mundo para procurá-lo, facilmente o acharia, pois ela pode sentir as pessoas. Depois de muito pensar teve uma grande idéia e começou a se preparar para colocá-la em prática.
Às 15 horas em ponto a morte estava ali para dar inicio a brincadeira, fizeram uma pequena contagem até três e ela se retirou para o seu mundo, James começo a colocar em prática seu plano.
Quando os quinze minutos se passaram a morte voltou e começou a vasculhar todo o lugar que haviam estipulado para a brincadeira, ou seja, a casa toda incluindo o quintal.
Ela também sabia que poderia sentir onde James estaria e estava contando com isso, mas por incrível que pareça ela não conseguia senti-lo por mais que tentasse. Olhou em cada cômodo, cada cantinho revirou tudo e os minutos já estavam se esgotando, já não sabia mais onde procurá-lo.
Foi ao quintal, mas era um lugar vazio não havia onde ele se esconder, havia um terreno com flores e algumas árvores, mesmo assim atrás das árvores, e finalmente o tempo se esgotou.
- James, gritou a morte, você já pode sair está livre para viver, você ganhou.
Foi então que o garoto apareceu todo sujo de terra, a morte ficou espantada.
- Onde você se meteu?
James estava feliz, ria de dar gosto.
A morte se contagiou com sua risada e começou a rir também, os dois riram até não agüentar mais e finalmente quando pararam ele pode explicar.
-Você tentou ser mais esperta do que eu, sabia que quando você voltasse de seu mundo poderia me sentir, então quando você veio para cá eu fui para seu mundo.
- Como assim? A morte estava muito intrigada.
- Eu sabia que se você não me encontrasse eu teria que viver, não importando se eu estivesse vivo ou morto, então eu morri e você acabou me trazendo de volta por causa do nosso acordo.
Então James venceu a morte nessa barganha, ela nunca mais voltou, ele sabia que um dia iria vê-la novamente, mas sabia também que demoraria muito tempo.
A morte se retirou, mas nunca esqueceu os momentos divertidos que passou com James e nem ao menos ficou zangada por ter perdido a brincadeira.
Autora: Rita Parise
Olá, meu nome é Bernardo... Seguinte fofa, n gostei muito dessa história de morte brincando com um menininho doente, isso n é politicamente correto e nem fashion... seu blog é muito bom gosto de passar por aqui as vezes mas, n tem Rosa... o que vc tem contra rosa? O mundo é gay vc sabe? Bjos fofa.
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